Schumpeter e o Paradigma da Destruição Criadora: Elementos para uma renovação radical de teoria econômica
O presente texto não configura um estudo sistemático, ou- por óbvio – completo, das ideias de Schumpeter[1]. Ao contrário. Está centrado em um exame seletivo de sua contribuição à teoria econômica, recolhendo elementos dos livros de 1912 (Teoria do Desenvolvimento Econômico) e 1939 Ciclos Econômicos, 2 volumes)[2], mas consolidada no livro de 1942(Capitalismo, Socialismo e Democracia). Nessa obra, Schumpeter dá uma “guinada” surpreendente em sua perspectiva teórica, abandonando a teoria dos ciclos à qual havia se dedicado até então e propondo uma abordagem radicalmente nova para a compreensão do funcionamento do capitalismo. O paradigma da destruição criadora. A interpretação aqui proposta é radical: sustenta que nessa “guinada” de Schumpeter, encontram-se elementos para uma renovação da teoria econômica. Uma renovação que tem no seu cerne a mudança, e não o equilíbrio.Um segundo objetivo do texto é aproximar essa abordagem de Schumpeter das ideias de Keynes, devidamente “filtradas” pela interpretação “pós-keynesiana” originada com Shackle, Davidson, Minsky, Kregel e sintetizada por Carvalho, entre outros. A hipótese que me guia é da existência de um substantivo grau de convergência, e complementaridade, entre as duas abordagens. A meta é o esboço de uma síntese, a ser aprofundada, entre essas duas molduras conceituais.
[1] Quero agradecer aos comentários e sugestões de Ernani Torres Filho, sem implicá-lo em quaisquer deficiências constantes das linhas que seguem
[2] Além de numerosos ensaios contidos em Swedberg (ed) 1991 e Clemence (ed) 2005; e trechos de História da Análise Econômica (1954).